domingo, outubro 30, 2005

Eu tenho sido um pouco relapsa com o meu blog, mas o fato é que não tenho assistido muitos filmes ultimamente. Na verdade, a minha fonte de diversão nas últimas semanas foram as séries globais Os Maias, Hilda Furacão e Um Só Coração, agora só me falta A Casa das Sete Mulheres para completar o grupo de séries da Globo que eu não vi, mas gostaria de ter visto. Acho que todas funcionam muito bem no DVD, mas é indiscutível que Os Maias é a melhor. Talvez seja inclusive o melhor programa já produzido na história da televisão brasileiro. Hilda Furacão é legal, e na verdade é um grande veículo para Ana Paula Arósio que, além de belíssima, é uma excelente atriz. Já Um Só Coração (que ainda não terminei de ver) é uma série interessante, bem redondinha, com diversos personagens carismáticos, o problema é a falta de talento do protagonista Erik Marmo.
Além das séries globais, tenho me dedicado às séries americanas. Sem dúvida, Veronica Mars (2ª Temporada) e Alias (5ª Temporada) continuam ótimas. Alias, inclusive, está melhor do que na 4ª Temporada e a gravidez da Sydney deve dar muita dramaticidade à série. Infelizmente, essas duas novas temporadas ainda vão demorar a chegar às telinhas brazucas. Em princípio, a TNT deve passar a 2ª Temporada de Veronica Mars a partir do ano que vem. Enquanto isso, Alias ainda não tem previsão, já que nem a 4ª Temporada chegou aqui.
Ainda sobre séries: Desperate Housewives só volta à Sony a partir de fevereiro. A intenção do canal é passar todos os episódios da 2ª Temporada sem repetecos.
Música do dia: The List, Metric
Dica de Filme: Tess, de Roman Polanski

domingo, outubro 16, 2005

I Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre
Entre os dias 18 e 23 de outubro os porto-alegrenses terão a oportunidade de conferir na tela grande alguns clássicos do cinema de horror e fantasia. Nesses dias, vai acontecer o I Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, com 26 títulos do gênero. As exibições serão nas salas PF Gastal (Gasômetro) e Paulo Amorim (Casa de Cultura Mário Quintana). A programação completa certamente estará nos principais jornais da cidade, mas aqui vão algumas recomendações minhas:
- Almas Gêmeas, de Peter Jackson
- Repulsa ao Sexo, de Roman Polaski
- Scanners, de David Cronenberg
- Suspiria, de Dario Argento
- Nosferatu - O Vampiro da Noite, de Werner Herzog (1979)

sábado, outubro 15, 2005

O Jardineiro Fiel (de Fernando Meirelles, 2005)
Para quem ainda duvidava, Fernado Meirelles é um dos diretores mais talentosos da atualidade e, em O Jardineiro Fiel, ele mostra todo o seu vigor técnico exatamente como os grandes diretores fazem: não por exibicionismo, mas sempre em prol da história. A belíssima fotografia e a edição impecável ajudam o diretor a montar um quadro de absoluta tragédia, assim como já tinha acontecido no espetacular Cidade de Deus. Aliás, assim como no seu filme anterior, Meirelles é um exímio diretor ao equilibrar a tragédia social africana (ou seja, um nível universal) e a tragédia íntima do casal de protagonistas, interpretados pelos ingleses Ralph Fiennes e Rachel Weisz. Fiennes, como sempre, está ótimo, mas quem brilha é subestimada Weisz, que há anos vem apresentando boas atuações, mas nunca parece chamar muita atenção. É claro que O Jardineiro Fiel é um filme visto sob o olhar branco/ocidental (e não poderia ser diferente), então não dá para esperar muita coisa senão o embate entre brancos "maus" (autoridades, empresários, banqueiros, laborátorios) e brancos "bons" (indivíduos esforçam-se em pequenos atos de heroísmo a todo custo). Ainda assim, o filme consegue ecoar com bastante competência algumas questões que são constantemente ignoradas pelo mundo rico, e apenas isso já vale o preço do ingresso. Sem falar que, do ponto de vista técnico, trata-se de um dos filmes mais bem realizados deste ano. Certamente não vai receber indicações ao Oscar, mas deveria. Nota: A

domingo, outubro 09, 2005

LavourArcaica (de Luiz Fernando Carvalho, 2001)
Existem certos filmes que exigem do espectador uma devoção quase religiosa. São os filmes "ame ou odeie", é impossível ser indiferente. LavourArcaica é certamente um deles. Além de ser uma intrigante adaptação da excelente obra de Raduan Nassar. O filme, assim como o livro, se constrói pelas contradições: o claro x o escuro, a luz x a sombra, a doença x o prazer, a peste x a cura, a família x o indivíduo, o desejo x a culpa. É claro que em alguns momentos o diretor e roteirista Luiz Fernando Carvalho chega a exagerar, como na teatralidade de alguns do dialógos e na própria intensidade das falas (que funcionam na literatura, mas que no cinema arranham a naturalidade da interpretação). Mas para o espectador devoto é preciso passar por cima disso para apreciar as belíssimas imagens e a fotografia inspirada de Walter Carvalho. O próprio Luiz Fernando Carvalho é certamente um diretor extremamente visual. Mesmo que seja a palavra o aspecto que sustenta as relações da família (e é por isso muito adequado que Ana não tenha fala alguma durante o filme todo), são as imagens que arrebatam o espectador: os detalhes das paredes, as nuvens do céu, cada esforço mínimo da direção de arte e cada centavo do orçamento aparecem na tela. As experiências dos personagens (vivos, e não representados) vêm de dentro para fora, elas surgem como a fúria pestilenta de pessoas reais de carne e osso. E isso, claro, é fruto de interpretações inspiradas de toda o elenco, e mesmo Selton Mello (irregular no papel principal) tem momentos brilhantes, como no monólogo na igrejinha. Os impecáveis Raul Cortez e Simone Spoladore são forças da natureza em formas bem diferentes: ele representa o pai austero justamente através do discurso e das parábolas; ela surge muda, mas incandescente. Nota: A+
LavourArcaica é um filme obrigatório. Mesmo para aqueles que dirão que o filme é chato e pretensioso. Na edição recém chegada às locadoras brasileiras, há um documentário muito interessante (e que segue a linha "hermética" do próprio filme) que ajuda a entender melhor as razões do diretor Luiz Fernando Carvalho nas suas escolhas, desde as locações aos detalhes da interpretação do elenco. Para os devotos, ler o livro de Raduan Nassar e comprar a trilha sonora composta por Marco Antônio Guimarães são requisitos fundamentais para entender ainda mais a obra amada.

sábado, outubro 08, 2005

Podcast Cinema em Cena!
Galera, já está no ar o Podcast 02 do Cinema em Cena, com a estréia do meu quadro chamado Ligações Perigosas. Para quem não sabe, Podcast é uma espécie de rádio na web. É só entrar no iTunes (baixe no site da www.apple.com), clicar em Advanced, depois em Subscribe to Podcast e aí digitar:
Ou então, é só baixar diretamente o mp3 no seguinte link:
O programa é semanal e vai ao ar todas sextas-feiras. Ouçam e deixem comentários!
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Segunda Chance (de Dylan Kidd, 2004)
Fui ver esse filme hoje de tarde. Tem uma boa premissa e um elenco e tanto (Laura Linney, Topher Grace, Marcia Gay Harden, Gabriel Byrne e Paul Hudd), mas acaba se perdendo em um roteiro que não sabe bem onde quer chegar. No mais, confirma mais uma vez que Topher Grace é um dos atores mais interessantes da nova safra. Olho nele! Nota: B

quarta-feira, outubro 05, 2005

A Bela do Palco (de Richard Eyre, 2004)
Quais são os limites que diferenciam homens e mulheres? Quais são os aspectos que definem o que é boa e má interpretação? Esses assuntos tão diferentes são os temas centrais de A Bela do Palco, filme dirigido pelo inglês Richard Eyre (o mesmo de Íris). Mais uma vez explorando o mundo artístico, Eyre é um dos responsáveis pelo sucesso do filme, pois sua direção vibrante não deixa que o espectador pegue no sono. Já o roteiro explora com muita inteligência os bastidores do teatro e dá especial atenção aos seus maiores astros: os atores. São eles que dão às palavras o significa que elas têm - após ver o filme, compare a cena inicial e a cena final para comprovar que os atores são a alma e o coração de qualquer arte. A Bela do Palco conta a história do ator Ned Kynaston, um astro dos teatros ingleses do século 17 famoso por interpretar papéis femininos (naquela época, mulheres eram proibidas de trabalhar em teatros públicos). A fama de Kynaston começa a desmoronar quando sua assistente, Maria, desafia a lei para interpretar um papel no teatro. Billy Crudup e Claire Danes vivem os protagonistas, e ambos estão brilhantes, pricipalmente Crudup num papel bastante difícil. Contando com um elenco secundário igualmente talentoso, A Bela do Palco é mais um daqueles filmes ingleses que precisam ser descobertos e apreciados no cinema. A restituição de época é primorosa, e as atuações valem o ingresso. Infelizmente, o filme não parece ter chamado à atenção do público aqui no Brasil, e pouquíssimos cinemas passaram ou ainda estão passando o filme (eu era a única espectadora da minha sessão). Nota: A-
Música do dia: Mood Indigo, Louis Armonstrong & Duke Ellington
Dica de filme: Desmundo, de Alain Fresnot

domingo, outubro 02, 2005

Anda circulando pela internet uma versão de trailer para o clássico do terror O Iluminado em que o filme de Stanley Kubrick parece ser a nova comédia romântica do momento. Além de ser muito engraçado, esse trailer é uma sacada muito inteligente sobre como a edição e a trilha sonora podem mudar completamente um filme. Não é por nada que muitos diretores costumam dizer que o filme se torna bom ou ruim justamente na sala de edição. Outra coisa que dá para se notar com essa brincadeira é que muitos trailers acabam dando ao público uma noção completamente errada sobre o filme. Eu me lembro muito bem do trailer de Pearl Harbor, que parecia ser um filmão, mas no fim se revelou uma porcaria. Enfim, tenham cuidado com trailers!

sábado, outubro 01, 2005

A Luta Pela Esperança (Ron Howard, 2005)
Esperava bem mais deste filme. Começa chato e termina um pouco mais emocionante, mas, ainda assim, o fato é que A Luta Pela Esperança não traz absolutamente nada de novo. Pior, repete, sem o mínimo embaraço, os mesmos clichês do gênero esportivo (todos aqueles que Clint Eastwood quebrou com a tocante reviravolta de Menina de Ouro). Os sempre medíocres Ron Howard e Akiva Goldsman ainda conseguiram transformar um dos personagens verídicos (o boxeador Max Baer) num monstro inescrupuloso e nojento. É como se só conseguíssemos torcer por James Braddock se ele for um anjo, incapaz de cometer qualquer deslize (seja como professional, seja como marido e pai), e se seu oponente for um crápula. É claro que o carisma e a grande atuação de Russel Crowe (nenhuma novidade) quase salvam o filme, sem falar na bela fotografia e na participação sempre interessante de Paul Giamatti (mesmo que o ator não esteja tão bem quanto esteve em Sideways e, principalmente, Anti-Herói Americano). Enfim, não é que o filme seja ruim, mas simplesmente é uma repetição medíocre de dezenas de outros filmes que já vimos milhões de vezes na sessão da tarde. Se quiser ver um grande filme de boxe, alugue Touro Indomável. Ah, Renée Zellweger está péssima... Nota: B-
Acabei de ver o trailer de Match Point (vejam no site da Apple) e estou abismada. Apesar de ser escrito e dirigido por Woody Allen, o filme não se parece com nada que o famoso diretor novaiorquino tenha feito em toda a sua carreira. Match Point, que traz Scarlett Johansson (uma atriz superestimada, na minha opinião) no papel principal, parece ser uma espécie de Atração Fatal um pouco mais jovem. Vai ser muito interessante ver como Allen se deu com um gênero diferente. Vale lembrar que o filme foi bem recebido em Cannes.
Música do dia: As Time Goes By, na voz de Billie Holiday.
Dica de Filme: Núpcias de um Escândalo, de George Cukor, estrelando Katharine Hepburn, James Stewart e Cary Grant.