sexta-feira, maio 26, 2006

O Código Da Vinci (The Da Vinci Code, 2006, de Ron Howard)
Não esperava muito, mas saí do cinema decepcionada. O Código Da Vinci é um filme insosso. Não funciona como suspense, não funciona como drama e não funciona como romance. E embora a história do Dan Brown seja realmente muito intrigante, o roteiro do filme é muito, muito fraco (já era de se esperar, a própria escrita de Brown é fraca). Além disso, o filme se arrasta por uns 20 minutos a mais do que o necessário e não existe química nenhuma entre Tom Hanks e Audrey Tautou (ambos apáticos e totalmente perdidos em tanto falatório), até porque seus personagems não são bem desenvolvidos. Quem é Robert Langdon? Quem é Sophie Neveu? Não sabemos porque o filme não nos permite descobrir. Só não é um desastre total porque a história é interessante. Se Ron Howard tivesse feito um filme menos ambicioso e mais honesto em sua vertente aventuresca e popularesca, o resultado talvez pudesse ficar mais divertido. Nota: C+
A Lula e a Baleia (The Squid and the Whale, 2005, de Noah Baumbach)
Taí um filme que passou praticamente despercebido pelos cinemas brasileiros. Muito bom, embora pudesse ser um pouquinho mais longo. Gostei principalmente da atuação dos atores, com destaque especial para o jovem Owen Kline, filho de Kevin Kline e que interpreta o filho mais novo do (ex-) casal vivido por Jeff Daniels e Laura Linney (também ótimos como sempre). O filme é muito sensível, mas também bastante duro em alguns momentos. O fato é que naquele processo de separação de uma família tão inteligente e sofisticada (do ponto de vista intelectual), o resultado é devastador para todos, sem vilões, só vítimas. Acho que é um filme, principalmente, sobre como nunca conhecemos de fato o outro, nem mesmo dentro da nossa própria família. Nota: A
A Menina Santa (La Niña Santa, 2005, de Lucrecia Martel)
Filme bem interessante e ambíguo dessa promissora diretora argentina chamada Lucrecia Martel (a mesma de O Pântano). Bem escrito, bem atuado e bem filmado, A Menina Santa é um pequeno quebra-cabeças de temas, em que a frustração (religiosa, sentimental, sexual) parece ser sempre a protagonista. É interessante a capacidade do cinema argentino em se retratar na telona. Os filmes brasileiros, ao contrário, por algum motivo misterioso, não tem essa capacidade (salvo raríssimas exceções como Cidade de Deus e Cidade Baixa). Nota: A-
Outros filmes que eu vi em DVD ou na Net e que vão para a lista dos filmes já vistos no ano: A Passagem (ruim, muito pretencioso), Ladrão de Casaca (um Hitchcock comum - o que já vale muito!) e Contra Tudo e Contra Todos (horrível, fiquem longe desse lixo).