segunda-feira, março 06, 2006

E Crash ganhou! Taí a surpresa que eu não esperava... Ainda estou tentando entender o que aconteceu e me recuperar do tombo. Não que Crash não seja um bom filme, até é (e traz questãos muitos importantes de forma bastante sutil e atual). Mas Brokeback Mountain é anos-luz mais filme, além de ter sido o filme mais premiado do ano, ganhando tudo de ponta a ponta. Não há precedentes para essa vitória de Crash. A Academia perdeu uma ótima oportunidade de mostrar-se à frente do senso comum. Uma pena.
Acho que esse é o único comentário que farei sobre a cerimônia desse ano, o resto foi bastante previsível, incluindo os vários prêmios de Memórias de uma Gueixa.

sexta-feira, março 03, 2006


Oscar
Domingo acontece a noite das entrega dos Oscar e, como não poderia deixar de ser, vou meter a minha colher. Acho que a cerimônia desse ano não trará muitas surpresas. O Segredo de Brokeback Mountain deve ser o grande vencedor, faturando os prêmios de filme, direção, roteiro adaptado e mais um, talvez fotografia ou trilha sonora. Entre os atores, Reese Whiterspoon, Philip Seymor Hoffman e Rachel Weisz devem conquistar suas estatuetas. Mais emoção só na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, que pode acabar nas mãos de George Clooney, Jake Gyllenhaal ou Paul Giamatti. Crash fica com o prêmio consolação de Melhor Roteiro Original. Acho que é por aí.
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Terra Fria (North Country, de Nikki Caro, 2005)
Filme apenas razoável, com trama já mil vezes explorada no cinema. Até que prende um pouco a atenção, mas não acrescenta nada de novo. Charliza Theron está bem, mas nada de extraordinário que mereça uma indicação ao Oscar. O mesmo vale para Frances McDormand, num papel, aliás, péssimo. Nota: C+
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Capote (Bennet Miller, 2005)
Começo dizendo que não gostei muito. E arrisco dizer que o problema maior do filme é o protagonista. Truman Capote é um jornalista inescrupuloso, oportunista e petulante. Na maior parte do tempo, eu queria simplesmente estrangulá-lo. Não que eu ache que o público só gosta de protagonistas bons (vide Match Point, em que o protagonista é mal-caráter, mas acabamos torcendo por ele). O problema é que o Truman Capote é um personagem que simplesmente não entendemos, quais suas emoções? O que ele realmente quer ao se aproximar com aqueles assassinos? No fim, descobrimos que, embora genial, Capote não é um personagem genuinamente nobre. Ainda assim, o filme elabora uma interessante visão sobre os seres solitários. Capote e Perry (um dos assassinos) são muitos parecidos, são os excluídos da sociedade, tiveram infâncias pobres e complicadas, mas, no fim, acabaram tomando rumos diferentes, e a salvação de Capote é a escrita, a arte, enquanto Perry permanece excluído e incompreendido. No mínimo, interessante. Ah, sobre o Phillip Seymour Hoffman. É um excelente ator e uma atuação brilhante, mas eu daria o Oscar ao Heath Ledger (por Brokeback Mountain) ou ao David Straithairn (por Boa Noite, e Boa Sorte). Nota: B-