sábado, novembro 04, 2006


Um mês que eu não posto aqui (acontecimentos importantes nos últimos tempos, enfim...). Alguns dos filmes que eu vi:
- Elsa & Fred (de Marcos Carnevale, 2005): filme argentino divertidíssimo sobre um casal de velhinhos. Achei que seria mais um daqueles romances sobre idosos e morte, mas não, o filme é muito engraçado e a atriz que faz Elsa, China Zorrila, está estupenda e vale o preço do ingresso. Nota: A-
- O Grande Truque (de Christopher Nolan, 2006): Nolan é um bom diretor (vide Amnésia e Batman Begins), mas aqui ele se perde um pouco num roteiro marcado por inúmeras, e cansativas, reviravoltas, que tornam o filme mais longo do que, na verdade, é. Ainda assim, vale pelas presenças de Christian Bale e Hugh Jackman e pelo interessante paralelo com o cinema. Nota: B
- Café da Manhã em Plutão (de Neil Jordan, 2005): Dois pontos importantes aqui - a grande atuação de Cillian Murphy e a escolha por um tema absolutamente atual, o transexualismo. Como sempre, o ótimo Neil Jordan mistura elementos de comédia e drama com bastante sabedoria, e a figura tragicômica do protagonista se encaixa com perfeição no típico personagem do diretor: os outcasts, os marginalizados pela sociedade. O filme tem um quê de drama denso e até pesado, mas nunca perde a oportunidade para fazer comédia (o que, em alguns casos, sempre cai bem). Destaque ainda para a ótima trilha sonora e os figurinos caprichados. Nota: A
- A Liberdade é Azul (de Krzysztof Kieslowski, 1993): a primeira parte da trilogia das cores também é a mais depressiva. Interessante que o diretor polonês tenha escolhido um tema tão positivo como liberdade justamente em uma história tão trágica (a personagem de Juliette Binoche perde marido e filha em um acidente de trânsito). Belíssimamente fotografado, A Liberdade é Azul é um daqueles filmes obrigatórios para qualquer cinéfilo. É um filme lento, para contemplação, em que o espectador é levado para dentro da nova realidade de Julie, que após a perda daqueles que são sua vida mostra-se incapaz de reagir ou demonstrar qualquer sentimento (nem suicídio ela consegue cometer). Decide então isolar-se do mundo, mas só encontra a liberdade quando passa a construir novos significados de coisas que já estavam lá desde o princípio. E o próprio espectador é convidado a participar desta jornada. Ainda que A Fraternidade é Vermelha seja o melhor da trilogia, A Liberdade é Azul tem duas qualidades inegáveis: a atuação maravilhosa de Juliette Binoche e as várias possibilidades que o roteiro abre, não só pelo final indefinido, mas pelos inúmeros significados que os enquadramentos, música e imagens parecem evocar. Nota: A+
Semana que vem: Volver, novo do Almodóvar, e Os Infiltrados, novo do Scorsese.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Grandes acontecimentos, huh? Interessante.rs
E que venha Os Infoltrados.

5:56 PM  

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