quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Vamos atualizar esse blog! :)


Boa Noite, e Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, de George Clooney, 2005)
Quero rever alguns dos principais filmes de 2005, mas, por enquanto, Boa Noite, e Boa Sorte é o meu favorito. Belíssimamente bem fotografado, super bem atuado, ótimo roteiro. E ainda dá pra ficar melhor: talvez seja o filme mais importante de 2005. Apesar de falar sobre um período turbulento da história dos Estados Unidos (os anos 50 e a perseguição aos "comunistas"), o filme de George Clooney é atualíssimo, estão lá todos os aspectos da decadência moral que atinge a administração Bush, ao mesmo tempo em que cutuca jornalistas e artistas sobre a necessidade do posicionamento político (sempre digo, não existe postura apolítica, todo ato é político, inclusive a omissão). Vi algumas pessoas falando que Boa Noite, e Boa Sorte é um filme frio, distante. Não acho. É um filme extramente tenso, nervoso, e até emocionante (principalmente na história envolvendo o outro apresentador de TV "simpatizante" do comunismo). Minha única restrição é o segredo envolvendo os personagens de Robert Downey Jr e Patricia Clarkson (dois ótimos atores, por sinal). É uma trama que acaba não acrescentando nada à trama principal. Não sei se outros profissionais vão gostar do filme tanto quanto gostei, mas, para os jornalistas, é um prato cheio. Nota: A+
Match Point (Woody Allen, 2005)
Eu já tinha perdido minhas esperanças no Woody. Sou fã dos filmes do diretor, mas, dos últimos, não sobra nada pra contar a história. E, não mais que de repente, Woody se reinventa. Feito Fênix. Match Point é um filme de Woody Allen como eu nunca tinha visto antes (e e todo mundo, aliás). Ainda que alguns elementos estejam lá (a psicologia, a influência dos clássicos russos, a ironia dos diálogos), o filme é um suspense cheio de tensão e nervosismo. O interessante é que o diretor e roteirista utiliza alguns clichês do gênero com tamanha elegância e inteligência que nem parece que estamos vendo um suspense que, nas mãos erradas, certamente seria um filme burocrático e óbvio. Ao contrário de Clint Eastwood em Menina de Ouro (que quebra os clichês do gênero com aquele final surpreendente), Woody Allen está fazendo um thriller clássico, com suas reviravoltas, pequenos clichês, momentos em que o protagonista quase é pego em flagrante, e etc... E ainda assim, Match Point é um sopro de vitalidade na carreira do diretor. Ótimo. Ah, aquele final, com a aliança e a rede do início, é simplesmente genial. Seja bem vindo de volta, Woody Allen! Nota: A
Ainda vou falar do Donnie Darko! =]

domingo, fevereiro 12, 2006


Vi vários filmes interessantes nos últimos dias, mas ainda não tive inspiração para escrever um post mais longo sobre cada um deles. Antecipo que gostei muito de Match Point, mais novo filme do Woody Allen, e gostei mais ainda de Boa Noite, e Boa Sorte, brilhante filme do George Clooney. Em DVD, finalmente vi Donnie Darko, um filme de 2001 que vários amigos já tinham me recomendado, gostei bastante. Vi também The Shape of Things, filme do Neil LaBute, cujo nome em português me recuso a colocar aqui por ser absolutamente ridículo. Esse filme parece uma comédia romântica com Rachel Weisz e Paul Rudd nos papéis principais, mas aos poucos se revela uma interessantíssima (e polêmica) análise da sociedade contemporânea. Além disso, vi por uma segunda vez O Clã das Adagas Voadoras (recomendo assitir esse filme por uma segunda vez, porque sabendo o tal segredo da personagem de Zhang Ziyi desde o início, é possível perceber ótimas nuances nas atuações dos atores principais) e vi pela primeira vez o chinês Adeus, Minha Concubina, que, sinceramente, achei chato.
Quando tiver um tempinho falo mais sobre Match Point e Boa Noite, e Boa Sorte.
Aproveito o post para fazer uma espécie de apelo: quero mudar o template (ou seria falta de?) do blog. Alguém se interessa em fazer um novo? Ou conhece alguém que faria?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Semana de vários acontecimentos importantes. Esse post será longo. Começo pelo Oscar:
- As indicações para o Oscar foram, certamente, uma das mais previsíveis dos últimos anos. Com exceção da inclusão de Munique no lugar de Johnny & June entre os melhores filmes do ano, o resto foi bastante esperado, inclusive as 4 indicações para prêmios "secundários" de O Jardineiro Fiel. Para nós, brasileiros, fica difícil dizer se a lista é boa ou não porque grande parte dos filmes ainda não chegou por aqui. Ainda assim, os filmes desse ano formam uma relação bastante interessante e talvez o melhor quinteto de Melhor Filme desde 2002. Gostei muito de ver Rachel Weisz e Keira Knightley e, sem querer antecipar as coisas, O Segredo de Brokeback Mountain merece todas as indicações que recebeu, principalmente Melhor Direção e Melhor Ator para Heath Ledger que simplesmente é o dono do filme. Entre as ausências (já esperadas), destaco o excelente trabalho de Noami Watts em King Kong, Maria Bello e Viggo Mortensen em Marcas da Violência e Ralph Fiennes em O Jardineiro Fiel. O prêmio de Melhor Filme deve ficar com o Brokeback Mountain, mas isso já é tema para outro post. Continuemos...

O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, de Ang Lee 2005)
A palavra chave aqui é frustação. Quando entrei no cinema para ver Brokeback Mountain, eu achava que veria uma "love story gay". Mas não é isso que acontece. Com exceção de alguns pouco momentos de ternura, a trama aqui se desenrola permeada de momentos de fúria reprimida e frustação. A câmera de Ang Lee (talvez o mais versátil diretor da atualidade, ele simplesmente se dá bem em qualquer gênero) passeia pelas cenas de forma sutil, o que constrasta com a absoluta crueza dos personagens e de seus sentimentos. Essa ambigüidade e a direção contemplativa são as tônicas do filme. É como se todos os elementos técnicos do filme levassem à passividade da história entre os dois personagens principais, o que, por sua vez, só pode resultar em frustração, porque não existe outra possibilidade para aqueles dois, no meio do nada, incrustrados na chamada América profunda: conservadora, pragmática, e muitas vezes excessivamente ignorante. E nada melhor para exprimir todos esses sentimentos do que a atuação de Heath Ledger, ele é a alma e o coração desse filme (sem querer, claro, desmerecer os outros atores, todos bastante competentes). Se você espera ver um filme recheado de momentos românticos ou sexo, esse filme não é Brokeback Mountain. Não que isso não esteja lá, mas esses momentos são sempre carregados de raiva, a frustação e a tragédia do desejo de querer algo que não se pode ter (por várias razões). Tenho que admitir que durante boa parte do filme, eu achei Brokeback Mountain uma produção muito bem realizada, muito bem dirigida, muito bem atuada. E pára por aí. Mas foi o final que me pegou de jeito. Não vou falar o que acontece, mas os últimos dez minutos são simplesmente o que pode have de melhor em termos de arte. Portanto, deixe o seu preconceito em casa e vá ao cinema. Nota: A+

Memórias de uma Gueixa (Memoirs of a Gueisha, de Rob Marshall, 2005)
Sem dúvida, este é um dos filmes mais bem produzidos do ano. Direção de arte, fotografia, figurino, trilha sonora, tudo impecável. Infelizmente, a exuberância técnica é chamuscada pela absoluto vazio do filme. Memórias de uma Gueixa não acrescenta absolutamente nada. Não que seja um filme ruim, não é. Um dos problemas, por exemplo, é a protagonista: porque exatamente ela ama o tal do Chairman? Porque ela mantém-se sempre passiva em relação aos outros acontecimentos? E quando o filme parece que apresentará aquela reviravolta (aquele momento em que o mocinho, depois de passar pelo pior, dá troco e é aí que nós, como público, nos identificamos com a força do personagem), isso não acontece. Das atrizes, quem se destaca é a Gong Li, num papel bem mais interessante que o da Zhang Ziyi. Infelizmente, a personagem da Gong Li acaba indo embora, no meio do filme, sem mais nem menos. Enfim, há outras produções mais interessantes em cartaz. Nota: B-
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Outra coisa: terminei de ver a quarta temporada de 24, maravilhosa!, e já vi o primeiro episódio da quinta, que estréia em breve no canal Fox. Sem dúvida, é alucinante. E não percam, nessa terça-feira, começa a segunda temporada de Veronica Mars no TNT. Todas as terças, às 18hs. A segunda temporada é bem legal.