quarta-feira, outubro 05, 2005

A Bela do Palco (de Richard Eyre, 2004)
Quais são os limites que diferenciam homens e mulheres? Quais são os aspectos que definem o que é boa e má interpretação? Esses assuntos tão diferentes são os temas centrais de A Bela do Palco, filme dirigido pelo inglês Richard Eyre (o mesmo de Íris). Mais uma vez explorando o mundo artístico, Eyre é um dos responsáveis pelo sucesso do filme, pois sua direção vibrante não deixa que o espectador pegue no sono. Já o roteiro explora com muita inteligência os bastidores do teatro e dá especial atenção aos seus maiores astros: os atores. São eles que dão às palavras o significa que elas têm - após ver o filme, compare a cena inicial e a cena final para comprovar que os atores são a alma e o coração de qualquer arte. A Bela do Palco conta a história do ator Ned Kynaston, um astro dos teatros ingleses do século 17 famoso por interpretar papéis femininos (naquela época, mulheres eram proibidas de trabalhar em teatros públicos). A fama de Kynaston começa a desmoronar quando sua assistente, Maria, desafia a lei para interpretar um papel no teatro. Billy Crudup e Claire Danes vivem os protagonistas, e ambos estão brilhantes, pricipalmente Crudup num papel bastante difícil. Contando com um elenco secundário igualmente talentoso, A Bela do Palco é mais um daqueles filmes ingleses que precisam ser descobertos e apreciados no cinema. A restituição de época é primorosa, e as atuações valem o ingresso. Infelizmente, o filme não parece ter chamado à atenção do público aqui no Brasil, e pouquíssimos cinemas passaram ou ainda estão passando o filme (eu era a única espectadora da minha sessão). Nota: A-
Música do dia: Mood Indigo, Louis Armonstrong & Duke Ellington
Dica de filme: Desmundo, de Alain Fresnot