sexta-feira, setembro 23, 2005

Sal de Prata (Carlos Gerbase, 2005)
Dois filmes dentro de um filme. De certa maneira, é esta a trama de Sal de Prata, novo filme do diretor gaúcho Carlos Gerbase. Mas Sal de Prata é também um filme sobre a capacidade do cinema de mudar a vida das pessoas. Neste caso, é a vida de Cátia (Maria Fernanda Cândido) que muda drasticamente depois da morte do namorado roteirista (Marcos Breda). Intrigada pelos roteiros que Veronese deixou em seu computador, Cátia mergulha de cabeça no mundo do cinema, do qual pouco conhece. Apesar de alguns deslizes e da fraca performance de Breda, que não tem charme nenhum no papel de Veronese, Sal de Prata é um filme satisfatório, apoiado principalmente pelas ótimas atuações de Camila Pitanga e Maria Fernanda Cândido e pelo roteiro interessante, escrito pelo próprio Gerbase e moldado nas oficinas do Sundance Institute em 2002. Gerbase é um diretor talentoso ao mesclar realidade e ficção, vídeo e película, e mesmo seu estilo escrachado não diminui a carga dramática dos momentos mais tristes. Sal de Prata é, sobretudo, uma homenagem ao cinema e mesmo aqueles que não são fanáticos pela sétima arte podem se identificar com a trajetória da protagonista. Nota: B+
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Após a exibição do filme, eu conversei com o diretor Carlos Gerbase. A entrevista completa está na página principal do Cinema em Cena (www.cinemaemcena.com.br)
Dica de música: na verdade, não é uma música, mas uma trilha sonora. Trilha sonora de Regras da Vida (The Cider House Rules), composta por Rachel Portman.