segunda-feira, novembro 14, 2005

Manderlay (de Lars Von Trier, 2005)
O polêmico Lars Von Trier está de volta, dessa vez cutucando um tema bastante explosivão: a escravidão nos EUA. Segunda parte da saga proposta pelo diretor para retratar o império americano, Manderlay não chega a atingir a excelência de Dogville (um dos dez melhores filmes da década até agora, na minha opinião), mas ainda assim é um filme muito bom. Se no filme anterior levamos tempo para nos acostumar com o cenário (ou melhor, a falta de), aqui o primeiro desafio é aceitar a jovem Bryce Dallas Howard (de A Vila) no papel da mocinha Grace, papel que anteriormente tinha sido vivido por Nicole Kidman. Bryce compõe uma personagem diferente, mas sai-se bem num papel bastante complexo. Depois de deixar Dogville, Grace e seu pai (acompanhados de toda a sorte de capangas) encontram a pequena comunidade de Manderlay, que ainda vive nos tempos da escravidão, embora a história se passe nos anos 30. Mais uma vez, o bom coração e o idealismo pregarão uma peça na jovem Grace, que decide ajudar os "pobres negros", mas lá pelas tantas vê que a tarefa não será tão fácil quanto imaginava. Trier exagera um pouco no tom panfletário, mas o roteiro (muito bem escrito e com dialógos muito elegantes) é um ótimo estudo de como se dão as relações interpessoais dentro das comunidades, que papéis cada um representa, e, assim como em Dogville, o embate é o mesmo: a comunidade x o indivíduo. É interessante, por exemplo, perceber que, a certa altura, Grace se vê enredada em suas próprias ações e a solução que ela achará é emblemática: vingança, violência e fuga. Essa situação contraditória é acentuada pelo ótimo narrador, na voz de John Hurt, sempre cínico e satírico, chegando a inclusive criticar e ironizar a protagonista. Quem não gostou de Dogville, dificilmente gostará de Manderlay, mas quem gosta da obra do diretor dinamarquês não saíra decepcionado. Nota: A-
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A Noiva-Cadáver (de Tim Burton, 2005)
Existem certos filmes que precisam ser visto pelo seu rigor técnico e pelo fantástico visual, independentemente das histórias que contam. A Noiva-Cadáver é certamente um deles. O diretor Tim Burton esbanja todo o seu talento para contar uma história simples, mas bem amarrada, e quem dá um show é a direção de arte e a cenografia, absolutamente maravilhosas. Cada mínimo detalhe foi cuidado. Destaque também para a trilha sonora, composta pelo sempre competente Danny Elfman. Imperdível para os fãs de Burton e de animação. Nota: A-
- Daqui a pouco vou ver Marcas da Violência, que dizem ser excelente. Depois comento aqui.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A Noiva-Cadáver no top 5!? Cristo do Céu. (Isidoro)

10:32 AM  

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